Sunday, February 21, 2010

Não Chores a Minha Morte

Não chores a minha morte
Não chores aquando a minha partida
Porque não me fui...
Me encontro no vento que sopra do Norte
Sou o sol a cada manhã no despertar
Na escuridão da noite sou luar a brilhar
Não chores a minha partida.
Só é a dor da saudade que pendura
Onde sempre estarei de olho em ti.
Não chores ... Porque não me fui...
Estou nas recordações guardadas nos teus olhos,
Estou nas gargalhadas retidas no eco existente em ti,
Não me fui... Estou aqui...
Sorri!
Escuta o lírico canto do rouxinol
Num timbre musical poderás apanhar meu rodopio.
Não chores a minha morte
Estarei sempre a teu lado
Em cada passo teu
Em cada gesto desenrolado
Nas tuas decisões
E até nas tuas paixões.
Somente dói a saudade.
Quando a saudade te doer,
Coloca a mão no peito,
Fecha os olhos,
Deixa-te levar...
A lembrar nossos momentos de mimos e abraços
Recordar cada passo e etapa que traçamos juntos
É tudo uma memória presente, para sempre.
Não chores a minha morte, não chores a minha partida
Eu não me fui.
Sorri!
Estou aqui a teu lado, meu amor.

Sunday, January 17, 2010

Alguém Me Ama

Alguém me ama
Com loucura.

Alguém me ama
Sem nunca se ter revelado a mim.

Alguém me ama
No silêncio.

Alguém sente por mim algo que jamais alguém poderá sentir
E isso se chama amor.

Alguém me ama
Incondicionalmente.

Alguém me ama
Sem eu nunca ter que lhe demostrar meu sentimento.

Alguém me ama
Nas noites frias e nos dias de calor.

Alguém me ama
E sempre me respeitará.

Alguém sente os meus sentimentos de dor
Não me vira as costas e isso é amor.

Alguém me ama
E sempre me amará

Alguém me ama
E querarás tu saber quem tanto me ama

Alguém te ama
A ti também.

Quem me ama tanto assim
É...
“Eu”

Saturday, December 12, 2009

São Saudades dum Amor Prefeito

São dos beijos das noites quentes
Os meus desejos!
São das saudades infinitas do teu toque
As minhas vontades!
São da beleza dos teus olhos, o teu olhar
A minha tristeza!
São dos carinhos trocados
Os meus choros!

Onde me afogo numa saudade de fogo
Que vai mais além dos cosmos em flor.
Num paraíso feito de riso,
Num lago de água doce,
Num dia de eternidade
Que não chega ao início nem acaba no final.
Continuamente a emoção de um amor
Aqui no peito.
Jamais se apagará um amor tão perfeito.

São as saudades de nos amarmos
As minhas paixões!
São dos teus lábios sensuais
As minhas tentações!
São os olores da tua pele
As minhas emoções!
São os teus risos soltos
As minhas recordações!

Numa tarde de verão, em festa,
Numa noite aberta ao luar
Convidativa à nossa emoção
Com um chá de rosas
Enfeitiçamos nosso amor,
Numa loucura desenfreada.
Para que todos os anos que passem
E os que estarão para chegar
Nunca se extingam de nossa memória
Teu amor por mim
Meu amor por ti.
Jamais se apagará um amor tão perfeito.

Restando somente as saudades... Que, são, dum amor-perfeito.

DISTANCIA...

À distancia mergulho no teu suplico
Em nuvem, goteja lágrimas de outrora,
Dores desentendidas a qualquer hora
Banho-me no frio próprio, épico.

Em lembranças comungadas, rasgadas,
Pedacinhos dedilhados um por um
Rasgando os tremores das minhas caminhadas
Não entendem! Não sou comum!

Viro-me de fora para dentro,
Para dentro, carrego o desentendimento,
Julgam-me canteiro, num centro.

Quando sou um bem ou mal
Neste terreiro herdado, no qual todos os dias entro
Seja ele artificial ou mais que real.

Porque, Tu És Amor

Deixa de sonhar, deixa de fantasiar,
Deixa-te levar nas ondas do amor.
Não escondas o que sentes
Deixa-te das correntes.
Vive cada passo lentamente
Mas com muita ganância, vive esse amor.

Transmite o teu amor não o acurrales contra ao peito
Arranca a mascara que te envolve a alma
Vive livremente.

Cada instante é uma rara pérola
Perdida no fundo do mar.
Não percas mais teu tempo em lamentos e dias cinzentos
Abre as asas da liberdade à qual tens direito.
Somente agarrando o momento do presente
Se vive plenamente.

Vai, desata as tuas lágrimas, em flores
Luta contra a maré do vento
Solta esse amor que tens aí dentro
Às mágoas e às feras.
Lá chegará o dia que dirás, que o meu acerto é certo.

Não te deixes levar por sonhos alheados
Converte-os em realidade.
Não esperes por nada nem ninguém
Vive do que sentes aí dentro
O instinto inicial quase sempre é o certo.

Distribui sempre o teu amor
Ele é um mundo no teu interior.
Verás um dia que tudo é tão simples
Porque, tu és amor.

Homenagem ao 2, em Forma de Carta!

Olá 2,

És par! O meu par ideal.
Por certo és aquele número favorito, o meu.
Sabes, hoje quando o sol me tocou o rosto e meus olhos virão outro dia de luz, cheio de vida por aí afora, me perguntei o quanto de especial tinha este dia, nada encontrei. Mas algo me dizia que este dia era diferente dos outros, especial. Então, liguei este aparelho, que tem sido uma constante companhia minha nestes últimos anos, o meu computador.
Aí, não sabes o que encontrei, para minha surpresa, quase esquecida. Encontrei-te a ti, os 2’s anos feitos nesta casa de poesia, onde me encontrei comigo mesma à 2 anos atrás. Talvez não saibas, mas de alguma forma escrever e ler estiveram sempre presentes na minha vida. Aí, nos tempos das cartas, perdia-me nelas, só por vergonha e não querer chatear mais as terminava sem querer terminar nunca. Talvez te perguntes porquê cartas e não outra coisa qualquer, como poesia, contos e diários. Bem, poesia para quê, se ninguém a lia. Não quer dizer que nunca a tivesse escrito, mas conforme a escrevia a deitava fora. Admirada? Sim, é verdade! Sabes, o que escrevia eram como que segredos, minha alma gritava e como remédio para acalmar seu fulgor eu rabiscava em qualquer papel, em qualquer língua, ia pela maré da inspiração do momento. Quando falo em qualquer língua não quer dizer que sou uma linguística, não, nada disso. É que eu como deves já saber sou Portuguesa, mas como tudo nesta vida tem um mas, não vivo, e pouco conheço o meu país, Portugal. Ah, mas minha alma e coração são lá que moram apesar de meu corpo ter navegado por ali e acolá neste mundo afora. Como vês as cartas escritas por mim eram lidas a rigor, que remédio! Agora, troquei as cartas por outros meios de comunicação mais avançados.
Como por magia, sem procurar, nem pensar, encontro-me a escrever a tal poesia guardada no meu coração e alma. Aí 2, mas sabes lá tu, às vezes quero escrever algo e não me saí, depois só saí erros, esta língua portuguesa tem uma gramática complicada. Paciência, é o que não me falta por isso vou aprendendo devagarinho. Não imaginas o que tenho aprendido, ui bué!rsrsrsr...
Já me perdi!... Eu não digo, as cartas levam-me a desencontros, mais parece uma massa fiada de tagarela.
Caramba, isto é uma carta sim, mas para homenagear-te a ti, 2, e já andava extraviada por cantos e montes.
Como disse ao princípio és o meu número de eleição. Como número favorito comecei aqui a remexer no meu cérebro nem imaginas o que eu encontrei. Bem que meu instinto não se enganou, quando me cantou que era dia especial, se encontrava já escrito algures, lá isso estava. Não é que este dia de 2 anos se junta aos meus anos em múltiplos 2’s, 42, 2+2=4 e outro 2 se junta, feitos também no dia 20, lá estás tu, 2. Depois vem aí mais, se encontram comigo 2 lindos tesouros, uma parte de mim sagrada, meus filhotes. Ah, e em 2 meses precisamente em Fevereiro, que também é 2, irá brotar mais 2 por aí afora, não é que faço 20 anos de viver fora do meu país que tanto adoro.
Não sei se estás a tragar agora este meu alvoroço por te homenagear, hoje a ti ó, 2.
Sabes o que penso, talvez nem seja bem pensar mas sim, a grande esperança que se debruça a mim. Acho que este novo ano, com tantos 2’s a rondarem-me irão-me proteger e abrir novos caminhos e lutas.
Que dizes 2?
Olha só o tamanho desta carta, era simplesmente para te homenagear e onde isto foi parar.
Bem, que sejas uma constante em minha vida porque desde que conheci os números tu sempre fostes o meu número predilecto, 2.
Como uma mania sempre me despeço com beijos, e não vou agora mudar só porque é a ti a carta dirigida, 2.

Por isso muitas beijocas doces daqui desta amiguita
Cinita.


PS. Uma última recordação, abandonei meu país, Portugal, quando tinha 2 anos, e fiz minha filhota abandoná-lo com os mesmos 2’s.

Esperança

É o grito da noite o mais poderoso!
No silêncio...
No escuro...
No qual vejo minha vida escapar.

Sou um grão de areia apertada numa mão
Quero-me soltar, desta escravidão
Voar, nadar na imensidão do que realmente é viver.
Condenada ao nascer,
Sinto-me partir... Desvanecer...
Tudo é uma escuridão...
Mas...
Algo aqui dentro de meu coração...
Talvez... Sentimentos se chamem?
Fé, esperança...!!!
Existe neste momento Homens e Mulheres de bem
Que tentam soprar com todo seu fôlego as areias
Libertar...Salvar... Minha pobre alma e o que me resta de amor.

Elif, mulher de outro lugar
Corajosa, guerreira, uma Deusa piedosa.
Que me tenta salvar deste estandarte que não é lugar.
Será ela e outros minha, nossa, salvação?
As batidas do meu coração cantam diferente
É alimento alheio ao meu corpo
Um bálsamo de esperança.
Será que irei conhecer a cor da liberdade?
Será que saberei algum dia o que é viver,
Sobre a influência do amor e a liberdade?
Viver!
Respirar!
Amar!
Guardo agora um tesouro sagrado, uma nova Esperança.

Monday, November 23, 2009

Amor Reencontrado

Quando o sonho adormece nas mãos
Cansadas de tanta distancia e frio
Cansadas de desejos serenos mas vãos
O amor erra p'lo becos como vadio.

Já nada espera no dia seguinte
Trajado a rigor com roupa puída
Anda pelas ruas como um pedinte
Desfazendo-se do que resta da vida.

Na vadiagem do sonho restam migalhas
Calejadas ambições, sofridos confins
Mendigando insistência e seus afins.

É já nas cinzas anuladas que cantas,
Acordas do precipício escolhido
O amor próprio nunca foi traído.


Soneto by António Casado &
Cina De Moura

Nossa Lua

Sou noite delirante neste lado do oceano,
Já a tua noite retrocede-se á minha.
Envolta num manto de orvalho
Voo pela a noite adentro.
Descubro que existe algo em comum,
Teu e meu...
A nossa “Lua.”

Dos meus cabelos faço-me estrela cadente
Viajo pela noite adentro.
Neste espaço solitário, só te tenho a ti, Ó Lua!
Onde sempre afagas o meu alento.
Por que sei que do outro lado do oceano tu tens a mesma Lua.

Que lua é essa que nos inspira?
Que lua é essa que nas asas de uma águia
Torna infinito o delírio do poema
Quando os uivos dos lobos ensurdecem a alma
De encantos e maravilhas grávida?
Que noiva? Que corcel? Que elegância
Deixa transparecer em cada raio
Como se o caudal da ternura cristalizasse
Nacos de beijos e flores de algodão?

Que astro domina o céu dos meus sentidos
Com a força dum estandarte erguido à ventura
E que transforma a descrença no mundo
Numa inabalável fé duradoira nos homens?

O pio de uma quimera feito pardal
Viaja por dentro da sensibilidade e da paz
Nesta noite profunda e expectante…
O lampião dos sorrisos embevece o olhar atento
Dos musgos que sobressaem da natureza
Por entre ramos de alecrim e azevinho…
É a lua que os ilumina!
É a lua que os fascina!
É a lua que veneram!

Como nós
Predadores da beleza
Que procuramos no umbigo do poema
A palavra
Com que derramaremos a nossa pena!


Dueto by Cina De Moura &
António Casado

Saturday, November 14, 2009

Living In The Shadows Within

Vivo dentro da escuridão dum pântano
Na sombra assombrosa das árvores fantasmagóricas,
Recolho minha historia nas folhas perdidas,
Que se encontram a meus pés desnudos.
Com as gotas das minhas restantes lágrimas
Poli-o folha a folha.
Desvendo as restantes letras, assim dispostas.
Tento dar-lhe um encaixo.
Faltam peças neste puzzle!
É por isso que sinto-me perdida.
Na minha própria sombra!

Fervilham no meu peito orquídeas vermelhas
Longe das rosas com espinhos que tanto adoro.

Em certas ocasiões transformo-me em tsunami,
Para depois converter-me em furacão,
Evacuando os demónios que me enclausuram a liberdade de ser eu.
Desaguando... Já queria eu!
Mas...
Nasce em mim um terramoto de pesadelos, quebrando-me em pedaços.
Entretanto, o silêncio é conta gotas.
Estou perdida na minha própria sombra!

Fervilham no meu peito orquídeas vermelhas
Longe das rosas com espinhos que tanto adoro.

Olho o horizonte lá ao longe
Não lhe posso tocar!
Imagino-me ser alvorada.
Ai, se gostava!
Para depois calmamente ser pôr-do-sol.
Brilhar nas águas do mar!
As feridas tocam-me para a realidade
Melancolicamente uma suave música de violino.
Entre as dores, sorrio,
Porque,
Fervilham no meu peito orquídeas vermelhas
Longe das rosas com espinhos que tanto adoro.

Monday, August 24, 2009

TEU AMOR E PAIXÃO...


Teu amor e paixão
Está no meu coração
Numa somente afloração.

Num desejo em sonho
Num sentimento explosivo
Numa carência de carinho
Num sentir adorativo.

Um amor, uma flor
Uma paixão, uma explosão
Um caminho aberto mas em vão.

Um amor perdido, uma desilusão
Eu esperei pelo incógnito
Por aquela paixão...

Sedante de amor,
Encurralada semente
Aqui dentro.
Obstruída obsessão de amar
Neste mundo livremente.

Asas quebradas em terreno sombrio
Onde já não se escuta o assobio.
Folhas perdidas voando soltas
Levando consigo uma historia de amor das mais belas.

Sobrevivem lágrimas lapidadas de dor
Saudade transida de transe incolor.
Eloquente ocorrido num simples sopro
Da partida ao encontro.

Monday, August 3, 2009

DOCE UTOPIA DO VERSEJAR ( Dueto) Alcina/Ibernise

Escuta, observa, sente, na distância, que lindo está o horizonte!
Ouves o chilrear dos pássaros?
Eu penso que serão...
Poetas a cantarolar, mística poesia, para animar nosso lugar.

Vês aquelas borboletas livres a esvoaçar?
Eu julgo que são...
Disfarçados anjos em diversos mantos,
Diversificando suas vestimentas, mas que tudo é um só.

Sentes o perfume do vale vermelho?
Eu sinto...
Papoilas a dançar misticamente,
Largando sem pudor sua modesta fragrância.

Observa agora o azul do céu e do mar,
Distingues o princípio e o fim de um e de outro?
Eu vejo...
Um só, unificado significando ribalta de paz.

Sabes que mais vejo neste remoto horizonte?
Sinto algo...
Um existente, sexto sentido, ouço e vejo as mil cores do teu sorriso, cascalhar...
Será tudo minha visão, uma utopia, o meu sonhar?

Utopia? O sentir do poeta com seu verbo pintar
Uma tela na composição do que pensa ser...
Do que julga que é...
Do que sente e ver...

No todo do mundo a realçar, o belo da rotina
O extraordinário que salta a sua retina
Que se coloca a mapear o seu mundo e o do outro
Num resultado que só na arte salta ao olhar...

E se sonha alto e faz a alma brilhar
Põe maior realidade nos seus versos
Onde viu e sentiu a natureza, de si, se aproximar
E viveu aquele encontro indefinido entre o céu e o mar...

Símile do conflito da alma no dualismo a pairar
Entre tantos entes habitantes de terra, céu e mar
Anjos a cuidar de aves, flores, terra... Natureza e lugar.
Tudo num sorriso... Seria isto a utopia de cada versejar.


Alcina
USA (29.07.2009
Ibernise
Indiara (Goiás/Brasil) 31.07.2009

PECADOS

Inocência perdida,
Pecado mortal
Virgindade corrompida num estado comercial

Gula cometida
Pelos encantos d’ árvore do prazer,
Fruto proibido, comido com lazer.

Vaidade entranhada no ser
Cintilando os relâmpagos em todos os cantos
O alheio, são simplesmente vultos sem focos.

Ira violenta
Não pões traves à fúria existente,
Ferve em ti o desejo mesquinho de estar sempre na certa.

Avareza egoísta
Escondes a realidade já contada,
Cada grão de milho à muito que foi cifrada.

Luxúria obra material
Estátua carnal, ornamental,
Explorada libido num campo virginal.

Preguiça em corpo pesado
Arranca todo alvorece
Mirando o trabalho inacabado

Inveja tremenda cegueira
Inseguridade penetrada na algibeira
Só vê nos outros o que não tem

To a Special LADY (Ibernise)

Happy Birthday Dear Ibernise


Tua doçura é uma autêntica loucura
Quem dela prova se adicta em tua dita.
Poderosa é a tua palavra
Porque és uma LADY prefeita.

Teu coração faz trasbordar infinitas margens
Com água pura e belas imagens,
Recolhes as tempestades com astúcia
Amenas as tristezas à altura duma LADY, numa eficaz perícia.

Onde quer que passes deixas rasto,
És uma estrela cadente, cintilante
Uma verdadeira LADY eloquente.

Tua essência são pétalas de paz esvoaçando na brisa do vento.
Ter tua amizade é algo como possuir o mais valioso tesouro.
Por isso te digo és uma LADY que vale ouro.

Uns Com Tanto... Outros Nada...

...Um menino, com os seus oito a doze anos de idade, se encontra no solo árido, assentado na sua mais valiosa cadeira, as pedras e sua solidão. Se encontra em êxtase neste momento. Entre sonhos e fantasias tenta acalmar sua barriguinha barulhenta. Ela ruge de tanto ar e dor. Com duas pedrinhas na mão, ele consegue entrar no outro mundo. O mundo onde existe algo para comer...

Ah! Canalhada desfreada!!!
Comes tudo e não dás nada!
Como podes lambuzar-te com mel?
Quando nós nem o miolo do pão temos para o farnel.
Esta noite, que vais presentear á tua gulaima?
-Oh, quadril de vitela assada com cebolinhas, e batatas acompanhar.
Adoçarei a garganta com vinho moscatel.
-Que vais fazer aos restos?
-Oh, se sobrar, irá se juntar aos subejos do alguidar.
-Não tens dó, pá! Eu nem farinha ou água tenho para fazer papas ou bolinhos, só.
-Lá por isso, não chores, passa lá por casa te darei o que o alguidar contém.
-De verdade!? Vais dar-me os restos de comer?
-Se chamas a isso de comer... sim, dou... eram para o cão...
-Obrigado, muito obrigado. Não sabes a alegria que me deste neste momento, simplesmente pelo facto de quereres repartir teus alimentos comigo, já o meu estômago parou de suplicar.
-Esta noite cometerei Gula!

Pecados: Minha Culpa

Esbato meus pecados contra ao peito
Um sufoco
Uma dor
Numa angústia, sem calor.

Confusão
Sentimentos, que não são.

Arrogância vaidosa
Num mundo sem escrúpulos.

Já ninguém sabe o que é, ou quem é, o Amor
Os pecados têm a mania de se antepor.

É fácil apontar o dedo
Mas difícil é decifrar, o que está por detrás do degredo.

Vou caindo numa culpa
Minha, grande culpa.

Já não chegam as lágrimas choradas, aqui e além
É preciso voz altiva, e ser alguém.

O que antes era uma lagoa ardente de amor se transformou numa guerra de desamor.
O amor chora baixinho, mas se enfurece em tempestades altivas de fulgor.

Haverá perdão para tanto pecador?
Saberá o pecador resgatar-se a tempo antes que entre em conflito premanente com o Amor?

Já não sei!

Excluo os demónios que me rodeiam
Numa tentativa de livrar os meus pecados.

Numa angústia, sem calor
Um sufoco
Uma dor...