...Um menino, com os seus oito a doze anos de idade, se encontra no solo árido, assentado na sua mais valiosa cadeira, as pedras e sua solidão. Se encontra em êxtase neste momento. Entre sonhos e fantasias tenta acalmar sua barriguinha barulhenta. Ela ruge de tanto ar e dor. Com duas pedrinhas na mão, ele consegue entrar no outro mundo. O mundo onde existe algo para comer...
Ah! Canalhada desfreada!!!
Comes tudo e não dás nada!
Como podes lambuzar-te com mel?
Quando nós nem o miolo do pão temos para o farnel.
Esta noite, que vais presentear á tua gulaima?
-Oh, quadril de vitela assada com cebolinhas, e batatas acompanhar.
Adoçarei a garganta com vinho moscatel.
-Que vais fazer aos restos?
-Oh, se sobrar, irá se juntar aos subejos do alguidar.
-Não tens dó, pá! Eu nem farinha ou água tenho para fazer papas ou bolinhos, só.
-Lá por isso, não chores, passa lá por casa te darei o que o alguidar contém.
-De verdade!? Vais dar-me os restos de comer?
-Se chamas a isso de comer... sim, dou... eram para o cão...
-Obrigado, muito obrigado. Não sabes a alegria que me deste neste momento, simplesmente pelo facto de quereres repartir teus alimentos comigo, já o meu estômago parou de suplicar.
-Esta noite cometerei Gula!
Miss Cate
2 hours ago
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