Minha data preferida desde que me lembra que faço parte deste mundo, este planeta chamado TERRA, foi sempre o Natal.
De criança a alegria era contagiante, a espera do Pai Natal era mágica, o concretizar de meus sonhos, nesse dia. A alegria de juntarmo-nos com a família era algo especial. Ver e estar com os primos que só víamos de vez enquanto era por si só Natal. Na noite de consoada lá nos preparávamos para o prato de costume de Portugal, o bacalhau com batatas e couves. Minha mãe e minhas tias lá faziam as rabanadas, filhoses e sonhos entre outros doces. De criança nunca passei o Natal em Portugal mas sim na Alemanha onde cresci, desde os meus dois anos e meio. Sempre ficou aqui no meu coração aquele tempo, aquela alegria e magia de compartilharmos a nossa amizade e amor com a família na noite e dia de Natal.

Depois da Ceia de Natal nós crianças vestíamos nossos pijamas. Os adultos nos diziam que eram horas de ir para a cama, que estava perto da meia-noite, o Pai Natal iria passar somente se estivéssemos a dormir. Lá íamos todos nós excitados sem poder pegar olho, mas sem antes deixar nosso sapato de baixo da árvore de Natal, um costume da Alemanha. Em nossos quartos tínhamos um despertador pronto a nos despertar à meia-noite. Muitas das vezes não chegávamos a dormir, pois tínhamos tantos segredos que contar uns aos outros. Outra vezes o cansaço era tanto que entre risadas e gargalhadas. éramos derrotados pelo sono. À meia noite tocava o tão esperado som, corríamos até à árvore de Natal para nos encontrarmos com nossos embrulhos, no lugar onde colocávamos nosso sapato. Os gritos eram canção de felicidade, pois o Pai Natal trazia o que tanto lhe pediámos. Muitas das vezes com as traquinices que fazíamos não estávamos seguros se o Pai Natal nos trazia o que tanto pedimos. Ter ou receber o que pedíamos era um alivio de conciência e bem-estar com nós próprios. Os anos passaram, e de jovem adulta, precisamente aos 15 anos, passei o primeiro Natal em Portugal. Foi bom, diferente, fora daqueles com quem sempre reparti o Natal.

Hoje, agora, faz 18 anos. Pela primeira vez na minha vida não sinto o Natal. Isto me dá uma grande tristeza, sem explicação. Bem, não é que não tenha explicação, porque sei bem o por quê. Só, o que não compreendo é porque me deixei derrotar perante sentimentos, saudades e não me entreguei ao meu Natal como sempre.
2 comments:
Maravilhoso sim. Muito sentimento, mas não fiques triste por essas recordações, sabes que a vida corre como água, por vezes com obstáculos, mas passa sempre.
Sê feliz, a felicidade é um caminho, não um destino, se achas que o teu prazo de validade nos USA já passou, vem para Portugal, pois aqui sempre podes fazer a reciclagem de vida, nunca é tarde para se tomarem rumos de vida, or mais dificeis que sejam.
Pensa mais em ti.
Feliz Ano 2009 para ti e teus filhos.
Beijinhos de Luz
OI CINA
Natal é todos os dias, mesmo quando a gente não quer, não pode e não o sente por razões diversas...
Confiança, amiga, que esse espírito está Presente em ti... só pelo facto de pensares nele de uma forma diferente: só mostra a tua sensibilidade e humanismo... Feliz Natal e 2009 cheio de Amor. Bjs Lud
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