Saturday, May 23, 2009

UMA LIÇÃO DE VIDA



Já não sei se é pelas noites de lua cheia, ou se das chuvas ácidas que caem pela manhã. O certo, é que num sopro vindo do nada, certas almas são espicaçadas com veneno, sem se darem conta do transe maquiavélico, que apeçonha seus poros, bloqueando estes de se verem livres das impurezas. Se vai mesclando lentamente com as químicas sentimentais, perfidamente cegando-lhes a visão. Disfarçadamente acontecendo amiúde nestes últimos tempos de grande agitação. Aconteceu um caso, que andou de boca em boca até chegou ás teclas do teclado, daquelas máquinas isentas de cérebro mas portadoras de uma memória extraordinária.
O facto relatado, é sobre duas Senhoras, que em tempos passados sua amizade fazia brotar as mais gostosas gargalhadas entre sorrisos de girassóis virados ao alto. Inesperadamente algo aconteceu com as duas senhoras. Uma apeçonhou a alma, e seu nome é Inveja. Já a outra adoeceu, e seu nome foi Bondade.
Uma amizade que parecia ter raízes bem assentes na profundidade da terra, se inunda soltando os entrelaços num dilúvio desesperante, incompreendido. Deixando-se arrastar e devorar por sentimentos malditos, a Senhora Inveja deixa-se possuir. Até então, uma Senhora a ser perseguida como ídolo. Tudo começou quando a Senhora Bondade resolveu colocar traves à vida, depois de ter adquirido um dos sonhos da sua longa lista, uma própria habitação. Sofrendo as consequências, a sua vida social. A frequência das suas saídas se limitaram, seus trajes adqueridos até à data se mantiveram por longas épocas. Moderando com maestria suas economias expandindo assim o adubo. A senhora Inveja que já à muito contava com um castelo só seu, não mostrou grande alforria por sua amiga SUNFLOWER Pictures, Images and Photos obter o seu próprio cantinho. Pelo contrário, ouve um certo desequilíbrio ou até mesmo o ruir de palavras em tom sinistro, contra a Senhora Bondade. Em seu lugar, a Senhora Bondade, não deu grande importância ao facto acontecido, apesar de o ter sentido. As sinistras passagens não ficaram por aqui. Outrora, as duas Senhoras foram conhecidas como um par de flores vindas da mesma haste, seus gostos, pensamentos, até os sentimentos, jorravam o mesmo polen. Obviamente a haste se quebrou, cada flor desabrolhou-se em direcções distintas. Para a Senhora Bondade a ruptura desta amizade ficou-lhe longe de ser compreendida, numa antipatia esgotada do nada, corrompida. Por outro lado a Senhora Inveja se cegou de tal maneira com o egoismo, que deixou filtrar em si o desencanto da arrogância e rancor. Foi de tal maneira cruel, que deixou sua amiga morrer, da isolação da sua presença. A Senhora Bondade malignamente adoeceu, cancerosamente enraizada não resistiu. Uma grande magoa a acompanhou na sua partida. Não podendo despedir-se de sua querida amiga. Durante o estado penoso da doença da Senhora Bondade, a Senhora Inveja afirmava que ela não estava tão grave assim, que eram somente gestos para chamar atenção de todos. Ser o centro dum pedestal, altaneiramente. Durante a fase terminal de sua amiga, resolveu ir passar férias até uma praia. Numa das manhãs de relaxamento junto à piscina do hotel, recebe um telefonema; alguém a informou da morte da Senhora Bondade...
Hoje, a solitária Senhora Inveja dedica-se há horticultura, com uma dedicação fora do comum. É na Primavera que ela se encanta, com o manto de girassóis estendido naquele vale da morte. Ela costuma dizer que os girassóis são anjos de luz, protectores das almas cegas.
A morte de sua amiga tocou profundamente sua alma. Algo, talvez uma mão sacudiu o pó que intoxicava sua alma podre, deixando entrar novamente uma luz poderosa de sentimentos aveludados. A inveja tornou-se solitária dos monstros peçonhentos da arrogância e egoísmo. Dando lugar à humildade, com a mente sempre atenta para possíveis inimigos. A Senhora Inveja, viveu o resto de sua vida tentando abrir luz, aqui e ali, com os seu predilectos girassóis; envergando sempre a capa da inveja, com orgulho. Não foi esta que queimou os laços de amizade. Naqueles distantes dias de amor e carinho que foi nutrido na amizade das duas Senhoras, a tal inveja era saúdavel, balanceava a extrema bondade da Senhora Bondade.

PREGUIÇA NA CAMA

Espraio na cama o sonho da outra noite.
Espreguiço-me no teu corpo em massagens mansinhas,
Delineio as tuas coxas adormecidas
Em segredo bocejo os meus ais ao teu inconsciente.passion new Pictures, Images and Photos

O sonho foi um prazer infernal.
Acordo teu desejo carnal,
Esta alvorada promete a realidade
Suo sensualidade.

Espreguiço provocantemente meu corpo
Despertando teus sensores ainda adormecidos
Acolhes-me entre teus braços,

Fazemos prefeitos laços,
Acalentando meus desejos ardentes,
Sufocando as convulsões existentes.

PERDOA AS MINHAS FALHAS, AMOR

Não aguento mais olhar a tristeza dos teus olhos
As lágrimas vertidas cheias de dores.Sad Eyes Pictures, Images and Photos
Não aguento mais a provocação dos meus pecados
Um flagelo aos nossos corações.

Ai amor, se eu podesse borrava o passado imortal
Este que está a levar-te a um mundo abismal.
Ai amor, perdoa as minhas falhas desabafadas
O passado só foram fantasias desvairadas.
Forever Yours Pictures, Images and Photos
Agora, é o nosso presente, um futuro á nossa frente
Quero que olhes o meu amor adentro
Ele toca forte no meu peito, por ti, disto podes estar tu ciente.

Perdoa as minhas falhas, amor
Por favor.

Quero que nosso amor seja decente, ardente.

Thursday, May 7, 2009

A LÁGRIMA DO SOLDADO: OITO SÃO

I Parte

Ontem viveste enjoado como se duma gravidez se trata-se. Oito, são os meses acumulados em dunas de terror. O sol já alto, jaz em tua pele em flagelos alheios á luxúria da cama que deixas-te para trás.
São oito da manhã, oito badaladas, sem ritmo algum. Arrancas da memória o badalo que injectas em ti, uma vez que trabalha como calmante, ao pesadelo abraçado a ti.
... À pouco mais de oito meses, uma lágrima caiu... Já és soldado, juraste defender tua pátria, dos monstros e de contos sem fim. Essa foi somente uma lágrima de emoção a qual não faz mal ao ego nem ao coração.

Recrutaste, rompendo todos os obstáculos que se apresentaram. Marchas-te barbialçado, respiraste orgulho. Rasgando os medos, defrontaste o perigo com serenidade mas com alma de leão. Existiram barreiras impressionantes, alicerces de luta pela sobrevivência que jamais imaginaste triunfar. Venceste! Coroado de soldado, um escudo contra o inimigo.
... À oite meses atrás recebeste a noticia... Apto para combater o verdadeiro inimigo nos desertos cálidos, de gelo entranhado entre os dentes, onde as noites rugem no cristal que é diamante.
Abandonaste o que te era querido, e a luxúria que te cobria. És soldado, tiveste que partir.

Engomado na sabedoria, guarnecido em artilharia, com espírito de valentia. Foste ao encontro dum conto “d’as mil e uma noites.” Noites de dragonetes esvoaçando o teu cérebro, aventuras no leito, boiando no leite derramado extraído do peito; onde não existem dimensões muito menos corações. Czech Soldiers Pictures, Images and Photos
Bem vindo, conseguiste penetrar na auréola celestial do pesadelo real.
Consciente estavas na solidez da tua aprendizagem, nos muscúlos desprendidos, na tua força capaz. Se estavas! Acreditaste no dispor das tuas capacidades mentais e fisicas. Na palma das tuas mãos se podia encontrar uma a uma as regras da rudez. Alheio à cegueira da dor esfarrapavas as teias do sofrimento. A fragrância do medo nunca te enjoou.

Jamais te passou pela cabeça, que nesta guerra louca, remorsos de culpabilidade te podessem impotar a respiração. Nunca imaginaste poder sentir-se linhas de algofobia entrar de mansinho pelas córneas adentro, paralisando as entranhas, num continuamento de choque. Convulsões de dor arder no peito, a culpa a colar-se ás paredes da pele suada.
Não foi algo imagário pelo contrário, o teu calvário. Desabaste lentamente num choro desprendido de mil golpes com oito tenras almas vigilantes.
Dizem por aí que o Homem não chora ou não deveria de chorar, mas quando a dor esfaqueia o coração é algo difícil de controlar.

II Parte

Faz hoje um mês que começas-te a perder a vontade de viver. Se continuas-te nesta guerra, foi por obrigação, o juramento por ti abraçado e porque és soldado. O combate agora resume-se somente por tua própria sobrevivência. Não é por cobardia... Tua alma ficou enterrada no desabamento do teu próprio inferno.

Eram umas sete da noite, depois de caminharmos por horas a fio sobre as escaldantes areias do deserto. Eu, juntamente com três companheiros de batalha demos de caras com uma fantasmagórica pequena aldeia ou o que restava dela. Vigilantes, começamos nossa busca naquele deserto de escombros, abandonado.Whitehall Road Houses bombed Pictures, Images and Photos Depois de várias buscas, relaxamos um pouco, convencidos de que nos encontravamos sós no meio daquelas casas esqueléticas. No meio do nosso afrouxamento ouvi o som d’ um disparo, contíguo ao grito emitido por um dos meus camaradas. Num seguimento de tiroteio conseguimos alcançar o que parecia um velho poço, servindo-nos de barricada. Um dos nossos companheiros tinha sido atingido no ombro por uma bala. Agarrei uma granada sucessivamente a um dos meus colegas, as fizemos voar em trajectória ao alvo inimigo. O fogo cessou, dando sinais de que o projéctil explosivo tinha feito o trabalho esperado. Entretanto fomos testemunhar aos nossos olhos se o inimigo estava fora do alcance e ver de quantos se tratava. Quando cheguei há entrada do local e meus olhos avistaram algo, olhei escabrosamente ao meu redor. Entrei no inferno a partir desse momento. Caí ao chão, meus olhos se encheram de lágrimas doentias, que alimentaram aquele solo virgem. Vomitei a dor que se cravou a mim com seus monstruosos dentes, não podia acreditar no que fiz com minhas próprias mãos. Ali, diante a mim estavam oito inocentes almas despedaçadas aos bocados. Oito são, os meninos, as crianças, as que á poucos minutos haviam sido nosso alvo.
Não consigo perdoar-me, por tamanha maldade por mim cometida. Dizem que me defendi, que estes meninos eram soldados bem capazes como qualquer homem maduro da guerra. Mas digam o que disserem nada nem ninguém poderá dizer que eu não assassinei uma criança de oito anos sendo a mais velha não mais que doze anos. Estava bem preparado para esta guerra, mas era, pensava eu, uma guerra de adultos brutos. Child soldier Pictures, Images and Photos Usar crianças como escudo, é uma canalhada podre sem sentido e sem perdão. Como poder viver tranquilo o resto da minha vida se tirei a vida a oito seres inocentes. Como olhar nos olhos de meu filho de oito anos, quando voltar á luxúria do meu lar. Já lá vão oito meses que não desfruto da vida quotidiana, a que eu pensava que era modesta e simples. Agora dou-me conta que sempre tive tudo na vida, uma familia, um lar onde nunca nada faltou, sempre tive trabalho, um carro e fome nunca passei. Tive uma vida rica, com uma boa educação, nunca vivi os horrores da guerra e muito menos fiz parte dela quando ainda era um inocente. Nunca desfrutei a vida como um milionário mas que importa isso, se sempre vivi na luxúria da felicidade, dos laços de amor.
Pregunto-me dia após dia se terei perdão, se quando sair desta diabólica parte do planeta e entrar na luxúria do meu, se conseguirei alimentar o homem que era, o pai babado, e o marido amoroso, que sempre fui. Soldier Prays Pictures, Images and Photos
Não sei... não sei, se serei capaz... agora só me restam as lágrimas que meus olhos brotam cada dia que passa. As lágrimas d’um soldado.