Entre nuvens desfeitas em aguaçeiros
Limpando vidros estilhaçados
Mergulha a noite no silêncio
Um abismo imperdoável.
Rumando em frente sem destino
Entre dunas solitárias.
Numa onda de decepcão,
Velozmente se atira contra ao rochedo.
Estrondos de fúria e calúnia
Estremecem até mete medo.
Tempestade em cálice de prata
Se dissolve em derrota.
À deriva o vento canta
Um embalamento assombroso
Entre um raio súbito disparando ansioso.
Realidade manhosa de uma ilusão
Entre pesadelo e a realidade de uma alucinação.
Desespero, impotente entre sombras dum passado.
Mergulha um silêncio neste dia de tempestade.
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